sexta-feira, 26 de maio de 2017

USO MACIÇO.


 Para responder de forma mais eficiente à aceleração das mudanças , um uso maciço das novas técnicas digitais de gestão e simulação, de processamento e acesso à informação ''em tempo real '' e de comunicação interativa pode se revelar não só muito útil, como constituir-se em fator crucial para se gozar de ''vantagens estratégicas' no nova dinâmica política e econômica global.   Como tratar enormes fluxos de dados  concernentes a problemas que em última instância estão totalmente interligados em situação de mobilidade decisória. Muito provavelmente, a única resposta é a adoção de estruturas de organização que favoreçam uma verdadeira ''socialização das resoluções de problemas '',  em vez de seu tratamento por instâncias isoladas, com risco de rapidamente se tornarem  concorrentes, serem engolfadas, superadas e expulsas da disputa. O ''tratamento cooperativo  e paralelo das dificuldades '' requer a concepção de ferramentas muito especializadas e inovadoras , não só de filtragem inteligente dos dados, mas de OPERATIVIDADE TOTAL DA REALIDADE a partir de um ou vários centros de sistemas complexos de comunicação transversal.

K.M.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

O mito do veneno que salva.


O mito do veneno que salva.

O MITO DO VENENO QUE SALVA. ARTIGO DE RICARDO ABRAMOVAY

“É difícil encontrar problema contemporâneo mais importante que o resultante dos 14 maiores projetos de exploração de carvão, petróleo e gás pelo mundo afora. Por um lado, cada um deles representa uma bênção a seus países de origem, oferecendo horizonte palpável de solução para a dependência energética (caso dos EUA), para a pobreza (caso da China) ou para a educação (caso do Brasil). Mas, quando se somam essas iniciativas, a bênção se converte em maldição”.

A análise é de Ricardo Abramovay, professor titular da FEA e do IRI/USP, pesquisador do CNPq e da Fapesp, e autor de Muito Além da Economia Verde, ed. Planeta Sustentável, em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, 05-02-2013.

Eis o artigo.

É difícil encontrar problema contemporâneo mais importante que o resultante dos 14 maiores projetos de exploração de carvão, petróleo e gás pelo mundo afora. Por um lado, cada um deles representa uma bênção a seus países de origem, oferecendo horizonte palpável de solução para a dependência energética (caso dos EUA), para a pobreza (caso da China) ou para a educação (caso do Brasil).

Mas, quando se somam essas iniciativas, a bênção se converte em maldição: estudo recente divulgado pelo Greenpeace mostra que a queima adicional de combustíveis fósseis decorrente apenas dessas 14 iniciativas vai lançar na atmosfera, em 2020, o correspondente a tudo o que os EUA emitem hoje em gases de efeito estufa.

Como a exploração de combustíveis fósseis exige pesada estrutura de instalação e de distribuição (minas, poços, oleodutos, gasodutos, postos de gasolina), isso significa que esses 14 projetos colocam a humanidade num "ponto de não retorno" (título do trabalho do Greenpeace) com relação às mudanças climáticas.

A dimensão física do sistema de energia baseado em fósseis já é gigantesca. Ela se amplia a cada investimento adicional em carvão, petróleo e gás. Entre 2000 e 2008, por exemplo, a China investiu nada menos de US$ 300 bilhões em novas minas de carvão. A amortização desses investimentos só vai acontecer entre 2030 e 2040. Essas instalações continuarão funcionando até 2060, segundo um importante relatório das Nações Unidas. Investimentos em fósseis têm um impacto sobre a vida social que se prolonga por décadas.

O re sultado é aterrador: seis graus de elevação da temperatura global média até o final do século. É bom lembrar a convergência crescente entre os governos, as organizações multilaterais, a sociedade civil, o número crescente de empresas e a esmagadora maioria da comunidade científica de que o aquecimento derivado da emissão de gases de efeito estufa não deveria ir além de dois graus. O rumo atual é três vezes superior ao limite mencionado quase exaustivamente em conferências e documentos internacionais.

É verdade que novas tecnologias permitem obter combustíveis fósseis cuja exploração até recentemente era inviável: é o caso do gás de xisto e do pré-sal. Não é menos certo que essa exploração pode trazer benefícios econômicos, sociais e at é geopolíticos fundamentais. É possível até que as ameaças ambientais desses projetos não sejam tão grandes quanto o habitualmente alardeado. Na maior parte dos casos, eles são acompanhados de promessas relativas à captação e à armazenagem de carbono ou à garantia de que os conhecimentos atuais impedirão que se repitam tragédias como a que atingiu o Golfo do México em 2010.

Nada disso, entretanto, elimina o mais importante e que, sobretudo no caso do pré-sal brasileiro, não tem ocupado lugar devido no debate público: aumentar nessa proporção o uso de combustíveis fósseis coloca o conjunto da sociedade numa rota cujos perigos são apenas prenunciados pelo furacão Sandy, pelos incêndios florestais na Rússia, em 2010, ou pelo ciclone que chegou a Santa Catarina poucos anos atrás. E muitos outros que virão.

No mundo todo, crescem os investimentos em energias renováveis e em tecnologias explicitamente voltadas a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Alguns dias após a divulgação do relatório do Greenpeace, a Bloomberg e o Business Council for Sustainable Energy publicaram um estudo que mostra o declínio das fontes tradicionais de energia nos Estados Unidos e uma elevação muito expressiva da participação do gás (que é fóssil, mas não tão sujo quanto o carvão e o petróleo) e de renováveis na matriz energética do país.

O trabalho enfatiza também os ganhos de eficiência no uso da energia por parte da indústria e dos domicílios. Um avanço certamente fundamental que justifica a afirmação: "Uma revolução está transformando a maneira como os americanos produzem, consomem e pensam sobre energia". Esse avanço, entretanto, corre o risco de ser ofuscado pelo estrago advindo da oferta adicional de combustíveis fósseis em diferentes países, mencionados e quantificados no trabalho do Greenpeace.

Em vez simplesmente de surfar na onda do atraso representada por esses investimentos, o Brasil teria muito mais a ganhar caso consolidasse sua matriz energética menos dependente de fósseis que o resto do mundo, mas, ao mesmo tempo, se liderasse uma discussão global cujo ponto de partida só pode ser a pergunta: qual a quantidade de gases de efeito estufa que a economia mundial ainda pode emitir para que haja chance de não ultrapassar o limite de dois graus?

Em 2012, a Agência Internacional de Energia respondeu a essa pergunta com toda a clareza em seu World Energy Outlook: se a civilização tiver prioridade diante da renda dos combustíveis fósseis, não mais que 30% das reservas hoje conhecidas poderão ser exploradas.

O problema é que a viabilidade econômica dessas explorações é incompatível com esse limite. Além disso, como a decisão referente a esses investimentos não é tomada levando em conta seus efeitos globais, cada país, cada empresa dá as costas aos evidentes impactos destrutivos desses projetos e age como se a oferta de combustíveis fósseis e o aquecimento global fossem dois temas independentes um do outro.

Não é sensato que o caminho para a redenção social, para a independência energética ou para qualquer outro objetivo relevante tenha como contrapartida a tão grande ampliação dos riscos a que a miopia dos governos e a ambição das empresas petrolíferas estão expondo a espécie humana.

CSN 68

A relação entre os EStados Unidos e os outros países obviamente remonta às origens da história da América, mas como a Segunda Guerra Mundial foi um divisor de águas, pode-se começar por aí. Enquanto a guerra promovia o enfraquecimento ou a destruição de rivais industriais , aos Estados Unidos ela propiciava enormes benefícios. O território americano jamais fora atacado até então e a produção americana mais que triplicou . Mesmo antes da guerra, os EStados Unidos já eram de longe o país mais industrializado do mundo ---- como o eram desde a virada do século . Mas, naquele momento em especial, possuíam os americanos literalmente 50% da riqueza mundial e controlava os dois lados dos dois oceanos . Nunca houve um período na história em que uma nação tenha tido um controle e uma segurança do mundo tão esmagadores. Aqueles que determinavam a política americana sabiam muito bem que os EStados Unidos sairiam  da SEgunda Guerra como a primeira potência global da história, tanto assim que  , durante e depois da guerra, já planejavam cuidadosamente coo moldar o  mundo pós-guerra. Como tratava-se de uma sociedade aberta , podia-se ler os planos deles, claros e francos. Os estrategistas norte-americanos ---- desde os ligados ao Departamento de EStado até os do Conselho de Relações EXteriores (um dos grandes canais pelos quais líderes empresariais influenciavam a política externa )----- concordaram que o domínio dos EStados Unidos devia ser mantido . Mas haviam diferentes opiniões quanto a ''como '' fazer isso. Numa linha mais rígida , temos documentos da época como o Memorando 68 do Conselho de Segurança Nacional (de 1950). O CSN 68 desenvolveu as opiniões do secretário de EStado Dean Acheson e foi escrito por Paul Nitze, que estava ainda vivo até outro dia mesmo (ele foi um dos negociadores do controle de armamentos de Ronald Reagan ). O CSN 68 propunha uma estratégia de ''empurrar para trás'' , que ''fomentaria as sementes da destruição dentro do sistema soviético, para que se pudesse então negociar um pacto , , em termos propriamente norte-americanos, com a União Soviética . As políticas recomendadas pelo CSN 68 exigiriam sacrifícios e disciplina nos Estados Unidos ---- em outras palavras, gigantescos gastos militares e cortes nos serviços sociais. Seria tbm necessário superar o excesso de tolerância que permitia demasiada dissidência interna e externa. Essas políticas estavam de fato sendo implementadas desde 1949, quando a espionagem dos Estados Unidos na Europa Oriental foi transferida para uma rede liderada por Reinhard Hehlen, que já havia dirigido a inteligência militar nazista na Frente Leste da guerra.

K.M.

Um poder maior do exército ativo.


 Nos parágrafos finais da primeira parte do MANIFESTO COMUNISTA , Marx e Engels propõem dois argumentos distintos sobre as razões pq o domínio da burguesia chegará ao fim . Por u lado , a burguesia é ''incapaz de exercer seu domínio pq não tem competência para assegurar a existência de seu escravo em sua escravidão ,  porque não consegue impedi-lo de  cair num estado tal em que deve nutri-lo, em lugar de ser nutrida por ele. A sociedade NÃO PODE MAIS (!!!!!!!!!!) viver sob o domínio da burguesia ; em outras palavras, A EXISTÊNCIA DA BURGUESIA NÃO É MAIS COMPATÍVEL COM A SOCIEDADE. O avanço da indústria é uma doença cujo agente transmissor é a burguesia; o desenvolvimento da indústria. portanto, abala a própria a base sobre a qual a burguesia assenta sua produção e apropriação. O que a burguesia produz, portanto , são seus próprios coveiros. Sua derrocada e a vitória do proletariado são igualmente INEVITÁVEIS !!!! , ainda que o cenário , no momento, seja o do desamparo proletário e da convulsão proto-constituinte , a associação entre os proletários substituirá luminosamente o avanço da indústria, de modo a minar as bases da burguesia que vive de apropriar-se dos malefícios do progresso industrial nos moldes imperialistas. Qualquer estudioso de convulsões sociais sabe que qualquer perda de legitimidade como resultada da incapacidade de assegurar subsistência de um exército de reserva se traduz, quase que imediatamente, NUM PODER MAIOR (e qualitativamente superior ) DO EXÉRCITO ATIVO. Pois, na visão de Marx , os exércitos ativo e de reserva consistiam do mesmo material humano que se supunha circular, de modo mais ou menos contínuo , de um para o outro. Os mesmos  indivíduos fariam parte do exército ativo hoje e do exército de reserva amanhã, dependendo dos altos e baixos das empresas, linhas e locais de produção . Assim, a ordem burguesa perde legitimidade igualmente entre os membros dos exércitos ativos e de reserva, intensificando-se desse modo a tendência daqueles que por acaso se encontrem no exército ativo de transformarem sua associação no processo produtivo de instrumento de exploração pela burguesia em instrumento de luta contra esta.

K.M.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

CRITÉRIOS EXTERNOS E CONSEQUÊNCIAS PÚBLICAS.

Certas mudanças estruturais no capitalismo mundial  vem tornando há tempos bem mais difícil reconciliar a cobiça empresarial com o interesse público ----- se o definimos de modo a incluir a SAÚDE, a SEGURANÇA , O BEM-ESTAR E CONFORTO DE PELO MENOS SETENTA POR CENTO DA POPULAÇÃO. A empresa global , basicamente porque realiza a maior parte de suas transações consigo mesma, defechou o COUP DE GRÂCE no Mercado. É bem verdade que o poder acumulado pelos oligopólios gigantes em fins da década de 1950 para controlar suprimentos, fixar preços e criar demanda artificiosa tornou um anacronismo  o conceito clássico de Mercado  mesmo antes que as grandes empresas se tornassem  globais. A Globalização, porém ,completou o processo.  No mínimo, quase metade  as transações envolvendo firmas globais americanas são aquelas em que o comprador  e o vendedor são essencialmente os mesmos --- venda entre empresas, empréstimos e outras transferências.  Nestas condições, obviamente que todos perdem a  noção de PREÇO JUSTO  de mercado. DESAPARECEM OS CRITÉRIOS EXTERNOS PARA SE JULGAR AS CONSEQUÊNCIAS PÚBLICAS, E O RESULTADO O FOÇO ENTRE REALIDADE E ESPECULAÇÃO. Passa-se então a operar uma engrenagem em que os empresários dispões de uma ampla gama institucional para maximizar seus lucros às expensas do interesse público. 

K.M.

domingo, 21 de maio de 2017

''O resto é silêncio''


 No mesmo dia em que o Panamá foi invadido, a Casa  Branca anunciou tbm planos (implementados logo em seguida) de suspender todas as proibições de empréstimos ao Iraque . O Departamento de Estado explicou com seriedade  que um  medida objetivava alcançar '' O AUMENTO DAS METAS DE EXPORTAÇÃO AMERICANAS E NOS COLOCAR EM MELHOR POSIÇÃO PARA TRATAR COM O IRAQUE SOBRE O RELATÓRIO DE DIREITOS HUMANOS ...''. O Departamento de Estado  continuou com essa ''farsa'' enquanto Presidente Bush repelia a oposição democrática iraquiana (banqueiros, profissionais, etc ) e bloqueava todos os esforços do Congresso para condenar os crimes atrozes (de seu velho amigo ) de Saddam Hussein. Comparado com os amigos de Bush em Bagdá e Pequim , Noriega (no Panamá) parecia a Madre Teresa de Calcutá. Após a invasão , Bush anunciou  um bilhão de dólares em ajuda ao Panamá, dos quais 400 milhões consistiam em INCENTIVOS ÀS EMPRESAS NORTE-AMERICANAS para exportar produtos ao Panamá , 150 milhões foram para pagar empréstimos aos bancos e 65 milhões foram para outros empréstimos ao setor privado e garantias aos investidores americanos . Em outras palavras, cerca da metade da ajuda foi um presente do contribuinte americano às empresas americanas. Os Estados Unidos colocaram os banqueiros todos de volta ao poder depois da invasão. O envolvimento de Noriega com o tráfico de drogas era trivial se comparado com o deles. O tráfico de drogas, no Panamá, foi SEMPRE conduzido pelos bancos ---- e como o sistema bancário era praticamente TODO desregulamentado -----, isso resultava numa saída natural para o dinheiro do crime organizado.  Essa foi, em linhas gerais, e durante muito tempo, a BASE ALTAMENTE ARTIFICIAL  da economia panamenha e permaneceu assim mesmo quando anunciaram medidas a respeito ----- possivelmente em grau mais elevado ---- após a invasão. As Forças Armadas de Defesa Panamenha tbm foram integralmente reconstituídas exatamente com os mesmo oficiais. Em geral , tudo ficou praticamente na mesma, só que agora os servidores encarregados eram bem mais confiáveis.  (O mesmo, por sinal, se passou com GRANADA , que se tornou um grande centro de lavagem de dinheiro das drogas desde a invasão americana ). A Nicarágua tbm se tornou um importante canal de ligação para o mercado americano de drogas, depois da vitória de Washington na eleição de 1990. A

K.M.