Quaisquer que sejam as ambiguidades frívolas da economia de sentido diplomático dos americanos, não nos parece haver aí nenhum empreendimento inteligente, muito menos ameaçador ; fogos de artifício nós conhecemos muito bem, fomos nós quem os inventaram. E temos uma visão mais elegante para lidar com os conformismos da moral de ocasião, quando se trata da política externa dos Estados Unidos. A desvalorização do câmbio é a única maneira factível de lidarmos com nossa dívida ; e nossas reformas, que miram a oferta, e não a demanda da economia, nada mais são do que o financiamento de algumas companhias. Digamos: não é o suficiente para garantir a estabilidade e a expansão do PIB chinês, de modo que qualquer ''complicação extra'', vinda de fora, nesse momento, será tratada implacavelmente. Seguiremos inovando os meios de controle macro, sem dúvida... e implementaremos políticas fiscais proativas com cada vez maior intensidade e eficiência, mantendo, por sua vez, nossa política monetária tão prudente quanto possível, de uma maneira cada vez mais flexível e atual. Por aqui, a China vem em ''primeiro lugar'' há pelos menos trinta anos, impulsionada por nosso exército de 900 milhões de trabalhadores , mais de um bilhão de consumidores e investimentos multibilionários em infra-estrutura e inovação. Quando os americanos pensam em fazer algo, em matéria de economia, isso certamente já terá sido feito por nós. Há quem prefira ceder do que bater de frente com Chefes de Estado perigosos, às voltas com uma sofrível paródia nixoniana, MAS NÓS NÃO. Não é assim que uma superpotência preserva sua hegemonia numa ordem mundial favorável. Quando um corpo diplomático e militar não consegue inspirar confiança sobre seus princípios de atuação de longo prazo, ele começa a ruir a partir de dentro, muito antes de chegar às vias fato com alguma ameaça externa. Aproximar-se da América, nestas condições, será certamente um prejuízo para qualquer nação, pois o mundo simplesmente não aceitará uma tal liderança. Temores adicionais, infundidos através de epidemias econômicas miméticas, são mais letais do que retaliações diplomáticas e ameaças comerciais. A desvalorização de nossa moeda possui o dom místico de causar pânico e desestabilizar uma série de fatores globais. Por elegância e dever de ofício, não esbanjamos nosso poderia militar secreto, nem cultivamos o hábito de comentar políticas de outros países, como fazem com a nossa, ou de responder à provocações infantilóides de demagogos inescrupulosos, aspirantes à xerife do capitalismo. Estaríamos sendo generosos, se definíssemos isto como ''heroísmo do tédio'' via twitter. Estamos comprometidos com uma reforma cambial orientada pelo mercado. Nossa taxa de câmbio não é o motivo para os desequilíbrios comerciais entre nós e os americanos. E nossa sucessão política controlada nos torna um parceiro muito mais atraente para Rússia do que os Estados Unidos. O Presidente Putin sempre mantém sua palavra com os aliados, Síria e Irãn não tem do que reclamar; e se o Presidente eleito dos Estados Unidos alardeia atualmente ''ótimas relações'' com a Rússia, não é sem condicionar esse ''amor de verão'' ao afastamento dos russos de Pequim e Teerã. O que simplesmente não acontecerá.
K.M.
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