O resultado imediato das novas políticas foi o início de uma queda sistemática e pronunciada nas bolsas de valores. No dia 2 de abril de 1990, quatro meses após atingir seu máximo de 38.915 pontos, o índice Nikkei havia se reduzido a 28.002,chegando a 20.221 no 1 de outubro seguinte. Neste espaço de tempo de pouco mais de 10 meses, 50% do valor total das ações das empresas japonesas havia simplesmente evaporado. A rapidez da crise deixou em situação ilíquida as empresas e as famílias que haviam se endividado para investir em ações, na expectativa de o mercado continuar sua tendência altista. A despeito do pânico ter se instalado nas bolsas de valores , o preço da terra continuou se valorizando. Parecia que o mito da terra era uma realidade. No Japão existia, até então , um axioma de que os preços dos terrenos não podiam cair, De fato , as estatísticas mostravam que um lote residencial em uma grande cidade teve seu valor multiplicado 135 vezes entre 1955 e 1985, contra sete vezes no caso de um depósito a prazo. A partir de 1985, as famílias e as empresas aceleraram seus investimentos em imóveis. Para tanto, fizeram uso de volumosos empréstimos junto aos bancos. Entre 1985 e 1989, a carteira imobiliária destas instituições aumentou de 17 para 43 trilhões de ienes --- o que equivalia acerca de U$ 400 bilhões. Do mesmo modo, as instituições financeiras não-bancárias tbm se lançaram agressivamente neste mercado . O saldo total dos empréstimos destas instituições cresceu , no período, de 22 para 80 trilhões de ienes , dos quais 32 trilhões representavam aplicações direcionadas para a compra de imóveis. Novamente, o risco dessas instituições recaía sobre os bancos, que haviam financiado 80% de seus ativos.
K.M.
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