segunda-feira, 8 de maio de 2017
ÂNCORA FISCAL.
Outra circunstância recomenda de forma categórica a ênfase no ajuste fiscal. A maioria das estabilizações realizadas em condições de inflação alta e crônica resultou, historicamente, sobretudo em suas etapas iniciais, em significativa expansão da demanda agregada, especialmente do consumo privado, em resposta à queda do imposto inflacionário, à recomposição do crédito e outros fatores relevantes. Muitas experiências históricas mostram também que uma expansão excessivamente rápida da demanda interna pode ter consequências negativas para o suposto programa de estabilização. Pelo menos a médio prazo, a forma mais eficiente de se conter a expansão da demanda ,dentro de limites consistentes com a consolidação da estabilidade, não é o recurso à valorização cambial ou à política de taxas de juros elevadas, mas sim a implementação de uma política fiscal rigorosa. Deste ponto de vista, o ajuste fiscal requerido é, tudo o mais constante, tanto maior for o impulso expansivo desencadeado pela própria estabilização inicial no nível geral dos preços. E convém ainda frisar que a contenção fiscal é a forma de restringir a demanda que mais se combina com a preocupação de assegurar uma posição externa sólida ---- fortalecer a ''âncora fiscal '' é o que permite, em última instância, conferir uma base sólida à estabilização de uma determinada economia e libertá-la de qualquer perigosa dependência da valorização cambial e de taxas de juros internas excepcionalmente elevadas.
K.M.
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