terça-feira, 2 de maio de 2017
Staple currencies.
As discrepâncias na percepção dos resultados de curto e médio prazos da ação dos bancos centrais está relacionada ao mecanismo por cujo intermédio as intervenções efetivamente influem nos mercados cambiais através das chamadas ''moedas de referência'' (staple currencies) Como a magnitude absoluta das transações que os bancos centrais dos principais países podem realizar não é grande o bastante para arrastar o mercado por seu próprio peso ----- as reservas americanas dificilmente podem ser consideradas decisivas frente ao volume de transações em dólar efetuadas nos mercados internacionais ---- a eficácia das manobras de intervenção estará ligado ao seu impacto sobre as expectativas de mercado quanto ao comportamento no curto e no médio prazos de algumas variáveis correlacionadas à moeda em questão ----- com destaque para as quatro já mencionadas. Levando-se em conta que tais mercados são movidos pelas possibilidades especulativas de explorarem-se oscilações entre o pico e o vale das taxas cambiais no período de tempo considerado, os bancos centrais podem vir a produzir uma flutuação na direção desejada na medida em que se torne aparente para o mercado que uma aposta na direção oposta tem pouca probabilidade de produzir ganhos de arbitragem . Esta linha de análise deixa transparecer com nitidez a componente institucional das intervenções dos bancos centrais no mercado internacional de divisas , que serão bem-sucedidas na exata medida e proporções de seu ''pode de convencimento '' junto aos agentes nesse mercado . Assim não restam dúvidas de que , firmemente encastelado no papel de ''representante político do governo americano e gestor da moeda de referência em que está fundado o sistema financeiro internacional '', as sinalizações emitidas diretamente pelo FEd, com seu apoio público, certamente passaram a exercer influência imediata sobre a movimentação dos mercados ---- independentemente do déficit em transações correntes americano ou do nível das reservas cambiais americanas. Guardadas as devidas proporções e a depender de circunstâncias específicas, o Banco Do Japão dispõe em princípio de condições mais favoráveis para conter movimentos especulativos com sua moeda do que a maior parte dos demais países envolvidos, dado o já citado grau de liberdade acima da média de que goza na condução de sua política monetária. Essa avaliação das cruas realidade da economia internacional não deve ser contudo tomada como um endosse em branco ao ''voluntarismo intervencionista'' . Apesar de suas premissas doutrinárias e tendenciosas, Melton não estava incorreto quando sua conclusão concreta quando afirmou : ''Os críticos da política de intervenção chama atenção para o fato de que os julgamentos de dirigentes de agências econômicas governamentais não são intrinsecamente superiores aos julgamentos dos profissionais do setor privado. Diversos bancos centrais terminaram pagando o pato quando compraram (venderam) moedas que cedo ou tarde acabaram declinando (elevando-se) de qualquer modo. Esse pode se tornar um exercício dispendioso.
K.M.
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