A verdade é que o keynesianismo de Reagan foi muito mais longe que o keynesianismo clássico . Ele interveio não só no mundo do consumo, mas tbm no da produção, diretamente e sem mediação nenhuma. E essa atitude teve um impacto enorme sobre a reestruturação o consumo e da produção. Algo feito através de um processo governamental de redistribuição e intervenção. É aqui que muitos se perguntam se um governo realmente ''progressista'' deveria reverter esse processo; adotar uma política diferente de redistribuição no mundo do consumo e uma política intervencionista diferente no campo da produção . Mas uma política realmente progressista jamais acabaria com tais práticas de ''dirigismo'' ou neodirigismo , por meio de políticas de compras, empréstimos, subsídios e tributações. Muito pelo contrário , uma política progressista daria continuidade e expandiria mais ainda as novas formas de intervencionismo do governo ; e certamente, dentro deste espectro político, haveriam os defensores de uma mudança substancial de foco , passando da produção militar para outras formas de produção úteis e necessárias para fortalecer a economia. AS políticas reflacionárias voltadas para investimentos públicos em infra-estrutura, e ao incentivo do consumo público , e não do consumo individual . Todas essas posições tornam-se importantes até mesmo hoje em dia , para se evitar a ''cilada de Mitterrand '' : aumento do consumo individual (ao mesmo tempo que se mantém o valor da moeda ) , o que resultou no aumento das importações e num déficit comercial cada vez maior . O investimento público em projetos infra-estrutura tem a vantagem de controlar melhor os elementos importados da produção, do que uma reflação gerada pelo consumo individual . O governo central, inclusive, poderia coletar uma série de projetos de infra-estrutura apresentados pelas municipalidades, projetos que os governos central e estaduais deveriam financiar , dependendo das necessidades de estimular ou arrefecer a economia. As necesidades infra-estruturais americanas ainda são enormes. Nada disso exclui tbm o estímulo do estímulo dos setores da economia privada que melhor servem aos objetivos sociais, incluindo a busca do ''pleno-emprego'' . Mais uma vez aqui, as municipalidades são fundamentais para orientar o governo regional e central quanto aos setores que precisam ser estimulados. O setor de saúde historicamente sempre gerou mais empregos com seus gastos públicos do que o setor militar. E qualquer alternativa progressista à política de austeridade liberal passa por um processo de expansão do gasto público, incluindo o aumento dos investimentos em infra-estrutura; o compromisso com a política do pleno-emprego ; o estímulo reformulado ao consumo social, em particular na área de educação, e nisso os municípios tem um papel chave. Eles precisam apresentar os projetos de infra-estrutura que são necessários indicando tbm as áreas de emprego que merecem prioridade. Os municípios colaboram muito com os desígnios e qualquer governo quando atuam como agências administrativas alinhadas.
K.M.
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