segunda-feira, 13 de março de 2017

Durante a guerra Fria...

----- Durante a guerra Fria (eu disse à ela ) empresas como a ITT forneceram, patrioticamente, executivos como Robert Vogeler para a Hungria, a fim de realizar espionagem por conta do governo dos Estados Unidos. E mesmo hoje em dia existem muitos homens de negócios que realizam delicadas missões de coleta de informações para o Departamento de Estado e a CIA. Em 1938 a ITT , através de uma subsidiária alemã , comprou 28 por cento das ações da Focke-Wulf, que produziu os bombardeios que atacaram os navios aliados durante toda a Segunda Guerra Mundial. Trinta anos depois, a companhia recebeu U$26 milhões de indenização do governo americano pelos danos infligidos às suas fábricas na Alemanha por bombardeios americanos . O Coronel Sosthenes Behn, fundador da companhia, e outros altos executivos sa ITT, reuniram-se com dignatários alemães na Espanha e na Suíça para discutir o futuro da empresa. Como várias outras empresas sediadas nos Estados Unidos, a ITT manteve cordiais relações com Goering e Hitler antes da guerra . Os serviços de comunicação da ITT na Europa prestaram apoio direto à máquina de guerra nazista durante todo o conflito ; ao fim da guerra, a companhia era também uma grande empreiteira militar do governo americano, e seus executivos trabalhavam em estreito contato com agentes de informação aliados . E Há um estudo de Anthony Sampson sobre as atividades da ITT durante a guerra onde se afirma que ‘’ o único poder ao qual ele (Behn) serviu invariavelmente foi o poder supranacional da ITT (.) Os administradores das empresas globais foram os primeiros a proclamar a futilidade da Guerra Fria , que inibia o livre comércio de bens ‘’estratégicos’’ ou fechava os grandes mercados potenciais e reservatórios de mão-de-obra que foram certa vez conhecidos como ‘’bloco sino-soviético ‘’ . Em 1971 (por exemplo ) Howard D. Harder , presidente do conselho da CPC International, membro de um grupo de mais de cem importantes industriais que visitaram a União Soviética em dezembro deste ano , numa viagem planejada pela Business International e pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos , achava que o comércio com a URSS poderia alcançar U$ 2 bilhões por volta de 1975 (mal chegou a dois milhões de dólares em 1971) ‘’Seria Maravilhoso, sou francamente favorável a isso ‘’ ele disse na entrevista histórica . A CPC , que fabricava sopas Knorr em Ljubljana, Iugoslávia , achava que os soviéticos poderiam também gostar de obter a receita da sopa, bem como nosso ‘’ know-how para construir a fábrica ‘’. Firmas produtoras de maquinaria agrícola, em especial , consideravam a abertura do mercado soviético como um grande progresso . Fábricas químicas americanas estavam sendo construídas na União Soviética. O Chase Manhattan estava chegou a abrir filiais em Moscou e Pequim na década de 1970. Mesmo anos antes da chegada do Presidente Nixon  a Pequim, fabricantes de refrigerante especulavam na imprensa sobre o que significaria vender aos 800 milhões de chineses da população da época, ‘’apenas uma coca-cola por semana ‘’ . A.W. Clausen , do Bank of America, mostra-se definitivamente interessado numa entrevista de 1974 .. em ‘’contribuir para evitar guerras e outras graves perturbações que bloqueiam recursos, interrompem comunicações e matam empregados e clientes do banco ‘’. Saravá ! Naquela época, os conflitos sociais e políticos eram escancaradamente administrados e resolvidos por meio da tecnologia ‘’As empresas transnacionais ‘’, diz diz uma parte da Business international ‘’possuem alta proporção de tecnologia , talento administrativo e capital privado necessários para a solução dos problemas econômicos e sociais deste planeta . Podem desincumbir-se da tarefa de desenvolvimento de recursos do mar , do desenvolvimento econômico dos países pobres , do treinamento de pessoas para o trabalho administrativo especializado e técnico e de criação de empregos para os desprivilegiados ‘’ . Em outras palavras : aquilo que se espera que os governos façam, pelo menos era  assim que os xerifes da economia dissimulavam seus interesses, invariavelmente apresentando o modelo de desenvolvimento econômico americano como modelo para a economia mundial . ‘’O mundo hoje é muito parecido com o continente americano há cem anos ‘’, ouviu-se na discussão da Mesa Redonda de altos Executivos ‘’Como a América daquela época , o mundo está a caminho de tornar-se um único mercado ‘’ . Mas o que teria acontecido (eu lhe pergunto ) se há cem anos os habitantes de Nevada tivessem o poder de limitar os investimentos externos ou exigir a propriedade de 51 por cento de todas as operações no exterior ?? Por sorte dele, o governo local nunca teve tal poder. ‘’As nações deviam renunciar a essas arbitrárias e irracionais reações à penetração estrangeira das empresas globais se quisessem alcançar a estrutura global da perfeição , baseada no ‘’modelo americano ‘’‘’. Num mundo realmente tornado menor e mais homogêneo , os avatares da economia transnacional já desenvolviam uma lealdade à companhia e às suas profissões muito maior que sua lealdade à pátria . A grande nivelação pela empresa global : transferência de tecnologia, bens e pessoal especializado das zonas ‘’privilegiadas ‘’ para  as ‘’desprivilegiadas ‘’. Os líderes do novo globalismo também são os executivos e empregados das empresas, cujo perfil ainda vive do estereótipo do herói da propaganda liberal  (.) ----, concluí .


K.M. 

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