sexta-feira, 31 de março de 2017
Rolo de papel contínuo ????
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A poética da obra "aberta" tende [...] a promover n o intérprete "atos de liberdade consciente", pô-lo como centro ativo de uma rede de relações inesgotáveis, entre as quais ele instaura sua própria forma, sem ser determinado por uma necessidade
O CONCEITO DE VANGUARDA A PARTIR DA REFLEXÃO SOBRE A OBRA ABERTA, DE UMBERTO ECO
A obra de arte, na concepção de Heidegger, tem uma articulação essencial com essas idéias, na medida em que ser obra é instalar um mundo, e para instalar mundo é preciso deixar em aberto o aberto do mundo. A obra coloca à luz o ser das coisas e a possibilidade de abertura e transcendência no relacionar-se com elas.
"Parar o mundo", em Castaneda, e "ser obra de arte", em Heidegger, podem ser relacionados pelo fato de apontarem para uma abertura de possibilidades de sentido para além do mundo que tomamos como dado.
Parar o mundo e ser obra de arte, falando dessas noções, os dois autores discorrem sobre realidades plásticas, sobre mundos que existem a partir de experiências, sobre formas de ec-xistir e transitar entre mundos, mantendo-se na abertura do ente
Trata-se de um horizonte de mistério fundamental do ser homem: horizonte de abertura da própria existência.
seja através da arte ou por outros caminhos, é a "brecha", a "abertura" que nos permite transitar entre mundos.
Essa busca em que a tensão entre razão e transcendencia religiosa se traduz em um modo não muito tranquilizador de proceder com a linguagem e o pensamento, se apresenta como deliberada em nossa obra.
Métodos de intensificação por desmantelamento: Burroughs leu Joyce com olhos de quem nunca interrompe a busca por outra maneira de pensar e extraía assim geometrias intertextuais que estavam muito além da expressão verbal literária ou de qualquer interesse restrito á esse âmbito. Se o método surrealista buscava criar um vínculo novo para as associações com a escrita automática ou mediúnica, os métodos de Burroughs quebram todo vínculo, toda associação, toda linha de associação pré-estabelecida para resgatar intacta a IMAGINAÇÃO PRIMORDIAL soterrada sob múltiplas camadas geológicas de falsas cadeias de associações, academica e socialmente impostas. `A isso se referem nossas considerações metodológicas e se junta ainda outro método que o cabalista Abraham Abulafia denominava ''dillug'' ou 'kéfitsá'', e que podemos traduzir como o salto + de um conceito a outro. Trata-se de servir-se de associações e passar de uma á outra segundo certas regras estabelecidas intra-psiquicamente através da auto-hipnose ou linguagem ritmada (ullimna mantiqat-tayri (no Islã) - linguagem dos pássaros): cada salto abre uma nova esfera, no interior da qual o espírito pode estabelecer novos e insuspeitados mundos de associações. Nas palavras de Abulafia, este salto+ nos libera da prisão da esfera da NATUREZA e nos eleva aos limites da esfera CELESTIAL (produz em bloco ou uma onda ininterrupta daquilo Marcel Proust chamava de um ''minuto liberado do tempo'' ou hendidura, fenda, punto de velamen, poros de origem, por assim dizer, órfica nas paredes da realidade convencionada)
Além de intercambiar experiências e especulações é preciso operar com a própria decodificação e este deve estar por cima do tropológico, seja, deve ser quase totalmente hieroglífico e tão barrocamente contorsionado que produza ou devele ''rachaduras'', indicações, sinais, cifras etc... e, ao mesmo tempo, esgotando todas as anfractuosidades da hieroglífica se logre um EFEITO ANAGÓGICO com nosso estilo que, dito de outra maneira, deve ser PRÉ-ALFABÉTICO e PÓS-ALFABÉTICO (o alfabeto deve ser retorcido, fustigado, encurralado, anonadado para que nos devolva intacta a SIMBOLOGIA, a IDEOGRAMÁTICA arcaica),
K.M.
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