''O intenso impulso comercial que dominaria a sociedade inglesa teve repercussões não só na gestão do Estado mas tbm nas atividades de guerra, como notamos pelo fato de que, às vésperas dda invasão inglesa da França na Guerra dos Cem Anos , os governantes da Inglaterra eram , aparentemente, superiores a seus rivais franceses ----- estes mais poderosos em outros aspectos ----- na comercialização da guerra '' (McNeil ). Portanto, podemos supor que, ao invadir a França , os governantes achassem que era chegado o momento de transformar em aquisições territoriais sua liderança sobre os franceses na comercialização da guerra, ou que o engrandecimento territorial era necessário para compensar as repercussões negativas da redução ou contração do comércio de lã em sua capacidade de gestão do EStado e da guerra. O que de fato sabemos é que durante o quarto de século que antecedeu a invasão da França, o balanço de pagamentos ou balança comercial inglesa havia passado por uma dramática deterioração , como evidenciou o acentuado decréscimo, nas décadas de 1310 e 1320, da cunhagem de moedas de prata na Inglaterra. Como uma parcela grande da cunhagem inglesa era feita com moedas estrangeiras re-fundidas ---- 90 % ou mais nas décadas em questão ----, as mudanças no nível de produção da Casa da Moeda inglesa tinham uma relação estreita e positiva com as modificações no balanço de pagamentos '' (Miskimin ) . Havendo-se acostumado a uma crescente oferta de divisas estrangeiras no exercício de suas funções de gestão do EStado e da guerra, os grupos dominantes da Inglaterra reagiram à mudança da conjuntura buscando, através da guerra , o que já não podiam obter através do comércio. Uma prova direta da importância das considerações sobre balanço de pagamentos na invasão inglesa é detectável no fato de que o primeiro objetivo perseguido pelos ingleses na Europa continental consistiu em impor a aceitação de melhores termos comerciais por parte de seus clientes holandeses.
K.M.
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