A dominação genovesa das altas finanças européias deu continuidade , através de outros meios, ao relacionamento orgânico de intercâmbio político que, desde o século XV, havia entrelaçado as fortunas da classe capitalista genovesa com as dos governantes territorialistas ibéricos. As finanças, e não o comércio, tornaram-se então o locus principal do relacionamento, mas este continuou a beneficiar a ambas as partes. A mudança de locus respaldou não apenas a lucratividade dos negócios genoveses, mas tbm a busca de poder da Espanha Imperial. ''O que tornou os mercadores genoveses tão indispensáveis ao rei da Espanha foi sua capacidade de de transformar o fluxo intermitente de prata da América num fluxo constante ''. Assim, os genoveses tinham que converter a prata americana em ouro. Como bem assinala Ehrenberg : ''Não foram as minas de prata de Potosí , e sim as feiras de intercâmbio genovesas, que possibilitaram a Filipe II conduzir sua política de poderio mundial, década após década ''.
K.M.
Ao contrário da expansão financeira do final do século XIV, liderada pelos florentinos, ela constituiu o ponto alto de um padrão de acumulação de capital de âmbito sistêmico e de ação e estruturas homogêneas. Nesse padrão, uma grande expansão material da economia mundial européia, através do estabelecimento de novas rotas de comércio e da incorporação de novas áreas de exploração comercial, foi acompanhada por uma grande expansão financeira que acentuou o controle do capital sobre uma economia mundial ampliada. Umaclasse claramente identificável (a genovesa ) incentivou , supervisionou e se beneficiou das duas expansoes, em virtude de um estrutura de acumulação d e capital que, em suamaior parte, já passara a existir quando a expansão material teve início.
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