terça-feira, 25 de abril de 2017

Sem título.

Os mercados de ativos exigem tratamento específico, separando pelo menos tres instrumentos : ações, títulos privados e públicos. O lançamento de ações de debêntures constituem formas de financiamento  alternativo ao crédito bancário para empresas. Porém, se parte das subscriçoes for realizada ou financiada por bancos, esta depende, tbm , da criação de liquidez bancária. Em se tratando de empresas com açções nas bolsas, estas novas emissões incorporam-se ao estoque de ações negociáveis que podem servir de subjacentes a contratos de derivativos envolvendo ações. O curso do preço das ações nas bolsas de valores rspondem em princípio a dois componentes : à rentabilidade prospectiva das empresas vis àvis à taxa de juros internacional de longo prazo e ganhos (perdas) especulativos vinculados a realização de lucros (prejuízos) decorrentes de antecipações corretas (falhas) do futuro. Hoje os valores a descoberto dos derivativos com ações podem influenciar o curso de seus subjacentes como se observou através dos efeitos da falência do Barings nas bolsas de Tóquio e Cingapura no passado recente. Da mesma forma, variações bruscas nos preços das ações acabam por contagiar o curso dos derivativos que as utilizam como subjacentes.  O aumento de operações de compra e venda nos mercados de ações e imobiliário tende a elevar preços uma vez que,  a qualquer momento , o estoque de ativos transacionáveis é constante. A expansão econômica dos países desenvolvidos entre 1984 e 1989 foi assistida por políticas monet´rias muito mais acomodatícias do que as até então prevalecentes. Taxas de juros mais baixas e a progressiva desregulamentação financeira, que removeu as regras que constrangiam a concorrência entre diferentes tipo de bancos, e entre estes e demais instituições financeiras, aumentou a disputa por clientela, diminuindo a margem entre taxas de juros ativas e passivas.  Multiplicaram-se as inovações nos mercados monetário e financeiro, cada vez mais indiferenciáveis segundo funções ou instrumentos específicos utilizados para criação de liquidez sistêmica. O maior poder de criação creditícia foi direcionado tanto para a produção e o investimento corrente, quanto para os mercados de ações, de derivativos e imobiliário . O BOOM ocorrido nesses mercados de ativos entre 1987 e 1989 resultou de diferenciais crescentes entre taxas de juros e de retorno prospectivo dos diferentes ativos, e da extensão do crédito a esses mercados como expediente para os bancos compensarem o estreitamento da margem de lucro nas operações bancárias convencionais.  Os mercados de ativos estão sujeitos a movimentos de inflação de lucros revertidos subsequentemente por deflações em seus preços. Exemplos do caso é o comportamento do mercado de ações americano, em 1987 ,e o japonês, em 1989 ; a evolução dos preços dos imóveis e da terra no Japão até o início dos anos 1990 ; as variações dos preços dos títulos da dívida pública americana no final de 1993 e início de 1994 ; a valorização do iene frente ao dólar durante o primeiro semestre de 1996 e sua desvalorização abrupta em junho de 1997 ----- ilustram perfeitamente tal dinâmica.  Em cada uma das situações houve um crescimento abrupto de preços revertido a partir de reavaliações sobre os diferentes futuros de rendimentos em cada um dos mercados. A obsrvação  destes mercados revela-nos que os ajustes contínuos nos portfólios são realizados a partir  de acesso diferenciado às informações, de interpretações alternativas para os mesmos sinais, de estados de confiança e de previsões diferenciados que escapam ao cálculo estritamente econômico e racional. Nos mercados de ativos as expectativas são instáveis e as opiniões divergentes. Incerteza, volatilidade de preços , informação interpretada de maneira parcial ou setorial explicam porqu  a recomposição de portfólios não é um fenômeno pontual, nem tem norma comportamental definida.

K.M.

Um comentário:

  1. A liquidação instantânea de posições financeiras , a demanda especulativa por moeda e a formação de expectativas sofrem, em determinados momentos, variações abruptas cujos efeitos não podem ser avaliados fora de contextos temporais e espaciais específicos. Estas variações podem dar origem a ondas de otimismo ou pessimismo irracionais, a reações pró-cíclicas ou anto-cíclicas dos bancos centrais e atingir ou não entroncamentos fundamentais dos sistemas atacadistas de pagamentos e seus vasos comunicantes com outros mercados de ativos.

    K.M.

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