Buscando uma explicação para a vitória do modelo norte-americano da produção em massa no início do século XX, Charles Sabel e Janathan Zeitlin defenderam uma reinterpretação dos fenômenos econômicos dos EStados Unidos e da Europa Ocidental no século XIX , ''Como tentativas simultâneas e competitivas de criar uma variedade distinta de tecnologia industrial que se adequasse às particularidades da situação nacional ''. Embora não tenham tido muitas dificuldades para identificar grandes variações industriais nacionais , eles julgaram que as origens dessas variações permanecem obscuras e que os indícios de seu choque na competição internacional são fragmentados demais para ter grande peso na defesa do que chamaram de ''VISÃO DE MUITOS MUNDOS '' (Sabel eZeitlin ). Os indícios corroborativos dessa visão são muito fortes, se nos concentrarmos nos sistemas de iniciativa empresarial e não nos paradigmas tecnológicos, como fizeram os dois autores. A ramificação do capitalismo oitocentista em tres direções distintas, durante a Grande Depressão de 1873-1896, pode ser vista como originária das diferentes reações das comunidades empresariais britânicas , alémãs e norte-americanas aos desafios criados pela intensificação das pressões competitivas que foi tópica dessa época. As diferenças de RESPOSTA , por sua vez, corresponderam basicamente a diferenças nas situações nacionais em que operavam essas três comunidades de empresas. A função de entreposto mundial exercida pela economia britânica foi o mais importante fator isolado a condicionar a resposta britânica. Quando se intensificou a competição na na produção agro-industrial, as empresas britânicas especializaram-se mais na intermediação comercial e financeira global, respaldadas pelo papel mais ativo do governo britânico na política mundial .As empresas alemãs ---- incapazes de competir na intermediação comercial e financeira global com as britânicas, ou na produção agrícola com as empresas norte-americanas e outros produtos de além-mar ----- tomaram, ao contrário, a direção da formação da economia nacional . Ativamente incentivadas pelo governo alemão, fizeram pressão pela integração vertical , até onde era possível , e se combinaram horizontalmente para gerar a economia altamente centralizada que se tornou o modelo das teorias marxistas sobre o capitalismo monopolista de EStado. A comunidade empresarial norte-americana, tirando proveito das dimensões continentais e da auto-suficiência natural da economia interna, moveu-se em um sentido tão diverso do britânico quanto do alemão : não foi muito longe na criação de um sistema abrangente de fusões horizontais, mas criou , na maioria das indústrias, hierarquias administrativas alongadas pela integração vertical.
K.M.
Falando das indústrias de engenharia, S. B.Paul afirmou que o susto diante da invasão norte-americana ''foi inteiramente artificial ''. Pela primeira e única vez desde a década de 1830, as ferrovias britânicas haviam comprado locomotivas norte-americanas, mas essa compra deveu-se a uma ''momentânea escassez de encomendas internas nos EStados Unidos e a um a profusão de encomendas nos livros dos fabricantes britânicos'' , o que dificilmente seria um sinal de declínio da competitividade inglesa. Mesmo quando os desafios eram reais, eles se restringiam a indústrias específicas , que as empresas britânicas podiam enfrentar com facilidade pela dominação das novas tecnologias através da aquisição de máquinas, como fizeram nas indústrias de armas de pequeno porte e de calçados'' (Fries ) e tbm ''Pela especialização mais integral nas atividades de alto valor agregado associadas às funções britânicas de entreposto mundial ; e, por fim, pela obtenção de direitos sobre o valor agregado produzido em outros países, através da concessão de empréstimos e de investimentos externos.
ResponderExcluirK.M.
DE base doméstica, de sólido apoio governamental à criação e reprodução de demanda para a produção em massa e adistribuição, devidamente integradas , surgiu, no correr das décadas , uma nova onda de expansão multinacional. AS empresas norte-americanas tornaram-se multinacionais quase no mesmo instante em que concluíram sua integração continental. Muitos o haviam feito antes da Primeira Guerra. Outros, seguiram essa trilha na década de 1920
ResponderExcluirK.M.
Destaco, junto com outros estudiosos, a luta das empresas norte-americanas para superar o ''puritanismo do consumo '' --- pela propaganda embutida nos produtos ---- finalmente vindo a conseguir criar mercados regulares e crescentes para suas linhas de produção em massa e estruturas burocráticas... e terminada a Segunda Guerra Mundial , o consumo estatal e a semeadura financeira de mercados externos, criaram um emprego aparentemente estável para amplos setores da população.
ResponderExcluirK.M.
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