Quando o Governo norte-americano começou a criar condições para a expansão global das grandes empresas do país, após serem resgatas da Grande Depressão de 1930 , essa mesma expansão e reações competitivas que ela despertou na Europa Ocidental e do Leste asiático solaparam a centralização do poder financeiro e econômico mundial nos Estados Unidos, centralização esta que havia possibilitado a institucionalização e a reprodução ampliada do Estado norte-americano de guerra - bemestar. Como no pe´ríodo do Entre-guerras, as grande empresas norte-americanas tornaram a enfrentar uma situação em teriam que se sustentar ou desmoronar sozinhas. Comparada ao período do entre-guerras, a expansão das empresas americanas nos últimos 40 anos tem sido muito mais dependente de mercados e recursos externos e tem ficado muito exposta à competição estrangeira. Para lidar com essa situação, as empresas americanas foram obrigadas a reduzir sua s hierarquias administrativas e sua força de trabalho subalterna, , assim como a fazer toda sorte de alianças e negociações informais com outras empresas, tanto norte-americanas como estrangeiras, com todos os níveis de governo, e com pequenas empresas do mundo inteiro ,para as quais terceirizam atividades antes executadas em suas próprias organizações. Assim ,a tendência para a criação de redes informais e para a revitalização subordinada das pequenas empresas. Reconhecendo essa tendência para a burocratização da empresa pela ''integração vertical '' e pela diversificação dos produtos , qu tinha feito a fortuna das firmas norte-americanas desde a década de 1870, começou a ser suplantada, cem anos depois, por uma tendência para a criação de redes informais e para a revitalização subordinada das pequenas empresas. Harrison constatou que ela mais parece o desbaste da ponta de um iceberg do que o derretimento da antiga estrutura vigente ''. E o autor interpretou esse ''desbaste '' da ponta do iceberg do poder empresarial como a expressão do que denominou ''princípio emergente da concentração sem centralização ''. Harrison diz : '' Em vez de definhar, o poder econômico concentrado vem mudando de forma, à medida que as grandes corporações cria toda sorte de alianças e acordos financeiros e tecnológicos a curto e longo prazos, seja entre elas, seja com todos os níveis de governo, seja com legiões de firmas, geralmente (mas não invariavelmente) menores, que funcionam como seus fornecedores e sub-empreiteiros. Primeiro os dirigentes separam as tarefas permanentes (nucleares ) e as contingentes (periféricas ). Em seguida, o tamanho do núcleo é reduzido ao máximo , o que, junto com a minimização de estoques, é a razão por que as firmas ''flexíveis '' costuma ser descritas como praticantes de uma produção ''enxuta''. Essas atividades, assim como os seres humanos que as executam, são então posicionados, tanto quanto possível, em diferentes partes da companhia ou rede, ou até mesmo em diferentes locais geográficos.
K.M.
A estratégia das grandes empresas que operam internacionalmente, transformando as vantagens das pequenas empresas em um instrumento de consolidação e expansão de seu próprio poder, tem-se evidenciado no mundo inteiro. Mas em parte alguma ela foi adotada com mais sucesso e sistematicidade d que no Leste Asiático. Sem a ajuda de múltiplas camadas de sub-empreiteiros formalmente independentes, observou a Organização de Comércio Exterior do Japão que ''as grandes empresas japonesas tropeçariam e afundariam '' (Okimoto , 1988). As estreitas cooperaçoes entre grandes e pequenas empresas baseiam-se em arranjos informais entre as próprias matrizes, ''sob a forma de acordos de comércio semipermanentes e de controle acionário inter-grupal, o que permite que a direção se concentre no desempenho alongo prazo, e nao a curto prazo '' (Eccleston ) A partir do inicio dosanos1970 ,a escala o alcance desse sistema de terceirização multi-estratificado aumentou rapidamente, atra´ves de seu transbordamento para um número e variedades crescentes de países do Leste da Ásia (Ikeda )
ResponderExcluirK.M.
Esse transbordamento deu uma grande contribuição para a expansão economica de toda a região do Leste da Ásia e fortaleceu a competitividade das grande empresas japonesas na economia global. Tbm contribui para a diáspora chinesa no exterior, umapoderosa rede de empresas familiares de médio porte, costurada por laços étnicos , casamentos, fusões, ligações políticas e uma cultura ética comerciais comuns. Embora muito difundidas nas regiões marítimas e costeiras do Nordeste e Sudeste da Ásia, as redes dessa diáspora não tardaram a se transformar na organização empresarial dominante da região e principal intermediário da reintegração da CHina Continetal naeconomia global. (So e Chiu )
ResponderExcluirpARECE-ME ainda um pouco cedo para se dizer que tipo de sistema dominante de empresas surigirá dessa tendencia muito diversificada para a ''concentração sem centralização'' ---- mas sem duvida podemos esperar que tal sistema se caracterize (necessariamente) por mais uma onda de liberalização e desregulamentação e coordenação mercadológica do que o sistema de empresas verticalmente integradas e burocraticamente administradas. Com igual confiança, uma vez as hipóteses mais radicais de protecionismo são atualmente inexequíveis, podemos esperar essa maior coordenação e desregulamentação não ressuscitem o tipo de capitalismo que prosperou no século XIX sob a hegemonia britânica.. algumas hióteses, obviamente, tem mais chance de prosperar que outras, mas..
ResponderExcluirK.M.
... a proliferação do número e variedade de empresas transnacionais, na transição atual torna segura (apesar dos alarmismos de todos os lados) a previsão de que o sistema emergente se caracterizará mais por uma síntese das formas empresariais e familiares do que pela prevalência da forma familiar, como no sistema britânico. O enfraquecimento da capacidade reguladora até mesmo dos Estados mais poderosos, na transição atual torna igualmente segura a previsão de que o sistema de empresas capitalistas não poderá mais se apoiar no ''braço forte '' de um EStado imperial, como se apoiou durante o sistema oitocentista.
ResponderExcluirK.M.
Por fim , na medida em que o Leste da Ásia esteja realmente em melhor situação pararealizar o pleno potencial de tendências atuais para a ''concentração sem centralização '', o sistema emergente trará de alguma forma ''marcas'' sociais e civilizacionais não-ocidentais.
ResponderExcluirINTERESSO-ME QUASE EXCLUSIVAMENTE PELAS TRANSIÇÕES HEGEMONICAS COMO MOMENTOS DE REORGANIZAÇÃO DO SISTEMA MUNDIAL MODERNO, SOB O IMPACTO DA CONCORRÊNCIA INTER-EMPRESARIAL E INTER-ESTATAL
A QUESTÃO DAS ''BASES CIVILIZACIONAIS '' DAS HEGEMONIAS MUNDIAIS
k.m.