Na fórmula da domesticação social do capitalismo se inseria, com efeito, não apenas a resignação perante o fato de que a jaula de uma economia de mercado complexa nao se deixa mais romper a partir de dentro e se transformar democraticamente com as receitas simples de autogestão dos trabalhadores. Aquela fórmula contém tbm o discernimento segundo o qual uma influência aplicada de fora, indireta , sobre os mecanismos de auto-controle requer algo de novo , a saber, uma combinação altamente inovadora de poder e autolimitação inteligente. No entanto, inicialmente, subjazia a isso a idéia de que a sociedade poderia influenciar a si mesma sem riscos com o meio neutro do poder político-administrativo. Se agora não mais apenas o capitalismo, mas tbm o próprio Estado intervencionista, deve ser ''socialmente domesticado '', a tarefa se complica consideravelmente, pois a democracia representativa tornou-se morosa demais. Aquela combinação de poder e autolimitação inteligente não pode mais ser confiada à capacidade estatal de planejamento sem esperar-se um prejuízo certo. O represamento e o controle direto devem se dirigir agora tbm contra a dinâmica própria da administração pública, o potencial de controle e reflexão requerido tem de ser buscado agora em outra parte , mais precisamente, em um relação completamente alterada entre esferas públicas autônomas, auto-organizadas, por um lado , e os âmbitos de ação controlados através do dinheiro e do poder administrativo, por outro. Disso resulta a difícil tarefa de possibilitar a universalização democra´tica de campos de interesse e de uma justificação universalista de normas de normas já embaixo do umbral dos aparelhos partidários, autonomizados em macro-organizações e como que emigrados para o interior do sistema político. Um pluralismo natural de subculturas defensivas que procedesse somente da recusa espontânea precisaria se desenvolver ao largo das normas de igualdade política. Surgiria então apenas uma esfera que se relaciona com as zonas cinzentas neocorporativistas à maneira de um espelho. A precisão lógica e a transparência consideradas como ''criterium'' de ''verdade '' (Omne illud verum est , quod clare et distincte percipitur ---- Descartes ) ; daí talvez a hipótese mecânica do mundo tenha tornado-se tão desejável e crível, apesar de não constituir nada mais que uma grosseira confusão : como ''simplex sigillum veri ''. ----- De onde sabemos que a verdadeira modalidade das coisas encontra-se em tal relação com nosso intelecto ??? Não seria essa apenas a hipótese que oferece o maior sentimento de segurança ao ''observador'' ??? O VERDADEIRO sob o ângulo do ''sentimento '' : é o que move o sentimento com mais força ; e sob o ângulo do pensamento : o que dá ao pensamento o maior sentimento de força; sob o ângulo dos sentidos : o que obriga à maior resistência . A determinação do que é VERDADEIRO , FALSO, a determinação dos estados em geral, é fundamentalmente diferente da FIXAÇÃO CRIADORA , DA AÇÃO DE PLASMAR , DE FORMAR , DE SUPLANTAR, DE ULTRAPASSAR , DE QUERER... introduzir um sentido em tudo isso ------ essa tarefa ainda permanece absolutamente por cumprir, ao admitirmos que nela não haja sentido algum . A interpretação da ação e não somente a transformação dos conceitos. Mas o problema do comediante sempre foi seu ideal dionísico: e a desconfiança da razão humana dele decorrente. A crença no DEVIR (por isso ) afirma-se somente como consequência : o verdadeiro móvel primário é a falta de fé dos atores no DEVIR apresentado, a desconfiança em relação a esse DEVIR , ou mesmo o desdém de todo o DEVIR. QUE ESPÉCIE DE HOMENS RACIOCINAM ASSIM ??? No mínimo, é uma espécie improdutiva, fatigada do DEVIR. Os artistas são uma espécie intermediária : ao menos fixam o símbolo do que DEVER SER ----- SÃO PRODUTIVOS ENQUANTO MUDAM E TRANSFORMAM VERDADEIRAMENTE .
K.M.
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