Em todos os lugares hoje em dia se trata mais o u menos de tudo e é bom que seja assim. A par das tendências de nivelamento que SE CRUZAM entre si ---- e com isso eu chego ao tema ----, observam-se tbm tendências paralelas. Em primeiro lugar, a penetração de maneiras de pensar históricas e etnológicas nas disciplinas de orientações teóricas fortes ; o mundo da vida só aparece ainda no plural; a eticidade substitui a moralidade, o cotidiano substitui a teoria, a ruptura, a continuidade, o particular, o universal. Essa tendência, por um lado, despertou a desconfiança contra as fortes sistematizações e super-generalizações, contra as construções de teor normativo de modo geral ; por outro, promove uma auto-desconfiança falibilista salutar e a tolerância em relação aos modos de proceder de ciências maleáveis, que não se sujeitam aos ''standards '' científicos positivistas. Hoje nada é menos aceitável do que a distinção normativa da ciência unitária ---- a concepção de ''unified science . Em segundo lugar, muitas abordagens filosóficas convergem hoje na suplantação do paradigma da filosofia da consciência, dominante faz mais de duzentos anos ---- com seus conceitos chave de sujeito e consciência de si. Essa crítica tem naturalmente seus precursores nas tentativas pragmatistas, linguísticas e antropológicas de elevar a um nível filosófico , contra o dualismo cartesiano de corpo e espírito , categorias ''terceiras '' como AÇÃO , LINGUAGEM e SER VIVO . Em uma consideração interna à filosofia, Nietszche e Heidegger devem sua incrível atualidade constantemente renovada nos dias de hoje à esse enfrentamento. E julgo que um dia ainda veremos o verdadeiro FEITO FILOSÓFICO (Ereignis ) de nossa época na remoção absoluta do paradigma da consciência para o da super-consciência, semelhante ao corte de sua inauguração em termos de filosofia transcendental por parte de Kant . Mas ainda há o que se discutir sobre o desfecho correto desse processo de substituição que, entre outras tantas coisas, pretendemos estar ''operando integralmente '' na ''superfície de todo o planeta'' nesse ''exato instante ''. Trata-se da questão de saber se CONTINUAMOS a autocrítica de uma modernidade em conflito consigo mesmo e se podemos obter , no interior do horizonte de nossa própria atualidade, uma certa distância suficiente em relação às patologias do pensamento voltado ao PODER DE DISPOR ----- ou se, como muitos ainda afirmam, o projeto de uma emancipação da menoridade auto-imputável já se encontra definitivamente exaurido. Aqueles que como eu acreditam deixar para trás sem remorso todos os paradigmas e poder adentrar na clareira intensiva da criação e recriação das formas são representativos de um terceira tendência. Assim, procuro vincular minha crítica da filosofia do sujeito a uma crítica da razão na qual a razão só aparece ainda em ''genitivus subjectivus '' ----- e na qual , de modo paradoxal , permanece em aberto quem ou o que deve ocupar o lugar do ''genitivus subjectivus '' (se já não é mais a própria razão ). A essa minha crítica TOTAL da razão se vinculam muitas outras ''despedidas '', não apenas a de Descartes, mas tbm de todas as suas virtudes : do pensamento metódico, da responsabilidade teórica, e daquele igualitarismo do pensamento científico que rompeu com todo acesso privilegiado à verdade. Minha cruzada contra uma razão instrumental inflada em totalidade assume, ela tbm, alguns ''traços totalitários''. No entanto, mesmo assim, apesar de seus ''defeitos'' , minha tendência esconde um momento de verdade singular ----- que quando um processo de Esclarecimento é interrompido, é porque ele está precisando esclarecer a si mesmo.
K.M.
IMPRIMIR AO DEVIR O CARÁTER DO SER. Conservar o mundo do ''sendo '', da duração ---- que tudo retorna sem cessar é a extrema aproximação de um mundo do DEVIR com um mundo do SER. Ápice da meditação. A aparência era o que emprestava o valor. O DEVIR considerado como invenção,, como querer, como negação de si , coo vitória sobre si mesmo; não um sujeito, mas uma AÇÃO , uma avaliação criadora, nada de ''causas e efeitos ''. A arte considerada como vontade de suplantar o DEVIR, como ETERNIZAÇÃO, mas de vista curta, segundo a perspectiva : repetindo de qualquer forma, em pequena escala, a teoria do conjunto.
ResponderExcluirK.M.
Causa efeito. ''Explicação '' é como chamam isso. Mas é ''descrição'' , o que nos distingue das etapas mais antigas do conhecimento e da própria ciência. Explicamos tão pouco quanto todos os antigos ---- mas DESCREVEMOS MELHOR. Trouxemos àtonauma sucessão diversificada enquanto o homem e o pesquisador primitivo das antigas culturas só via as coisas de duas formas, como CAUSA como EFEITO , conforme o discurso; aperfeiçoamos a imagem do VIR A SER ,mas nao avançamos com a imagem por trás da imagem. Em todos os casos, a série de causas situa-se à nossa frente, muito mais aperfeiçoada, e concluímos que isso e aquilo devem vir antes, para que aquilo outro venha depois ---- mas com isso NÃO-ENTENDEMOS-NADA. Por exemplo, tanto antes quanto depois, a qualidade em cada ''vir a ser '' químico parece um ''milagre '' , assim como todo avanço; ninguém ''explicou '' o impulso. Como pode´riamos explicá-lo ???, mexemos com um monte de coisas que não existem, como linhas e planos e tempos e espaços fracionáveis ---- como seria possível explicar as coisas se primeiro transformamos tudo numa ''imagem '', A NOSSA IMAGEM !
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É suficiente encarnarmos a ciência como uma humanização das coisas, o mais fiel possível, aprendemos a nos descrever com cada vez mais perfeição, na medida em que descrevemos as coisas e sua sequência. Causa e efeito : provavelmente uma dualidade como essa não existe nunca, na verdade, há um ''continuum '' à nossa frente, do qual isolamos alguns pedaços, assim como sempre percebemos um movimento apenas como pontos isolados, que na verdade não vemos, masque concluímos existirem. A forma repentina como muitos efeitos se sobressaem nos deixa confusos; mas ela é repentina APENAS PARA NÓS. Nesse instante repentino, existe uma quantidade infinita de processos que nos escapam . O intelecto que visa a ''causa e o efeito '' como um ''continuum '', e não à nossa maneira de ver, coo algo partido e fragmentado aleatoriamente, e visse o fluxo do acontecimento---- rejeitaria o conceito de causa e efeito e negaria TODA CONDICIONALIDADE.
ExcluirK.M.
A razão é portanto uma fonte de revelação para o que é em si. Mas a origem dessa antinomia não tem necessidade de remontar necessariamente a uma fonte sobrenatural da razão : basta opor-lhe a verdadeira genese das idéias ---- essa retira sua origem da esfera prática, da esfera da utilidade, e eis porque possui ela sua ''fé viva'' (pereceríamos se não concluíssemos segundo a razão : mas por meio dela o que se afirma não está ''demonstrado '' . O erro dos filósofos reside no fato deverem na lógica e nas categorias categorias da razão, em vez de meios para acomodar o mundo a fins utilitários (portanto, em princípio, para uma ''falsificação útil ), o ''critério de verdade '' isto é , da REALIDADE . o critério da verdade era com efeito apenas utilidade biológica de semlhante sistema de falsificação por princípio---- os meios foram mal interpretados como medida de valores, e utilizados até para condenar sua própria intenção...a intenção era de enganar-se de uma maneira útil ; o meio era a invenção de fórmulas e de sinais pelos quais se pudesse reduzir a multiplicidade acabrunhante a um esquema útil e manuseável.
ResponderExcluirK.M.
Nosso mundo empírico seria tbm condicionado pelas fronteiras do conhecimento aos instintos de conservação ; teríamos por VERDADEIRO, por bom, por precioso o que serve para a conservação da espécie... e a vontade do verdadeiro não é uma potência moral, mas uma forma da vontade de poder. As diferentes teorias fundamentais do conhecimento são consequências de apreciações de valores.
ResponderExcluirK.M.
Num mundo que está em seu DEVIR, a ''realidade'' é somente uma simplificação em face de um fim prático ou uma ilusão fundada sobre órgãos grosseiros, ou uma alteração no ritmo do DEVIR.
ResponderExcluirK.M.
Sustentar que as coisas tem uma modalidade em si , abstração feita da interpretação e da subjetividade, é uma hipótese absolutamente ociosa : esta suporia que o fato de interpretar e de ser sujeito não é essencial, que uma coisa afastada de todas as relações é ainda uma ''coisa ''. Ao contrário, o caráter das coisas, ''objetivo '' na aparência, não pode reduzir-se simplesmente a uma ''diferença de grau'' em meio do subjetivo ???, O que muda lentamente apresenta-nos como ''objetivo'', como ''sendo '', como ''em si '' ??? Ser o objetivo somente uma falsa concepção da espécie, uma antinomia no meio do subjetivo ??Contra o valor do que é eternamente igual a si mesmo ( vede a ingenuidade de Espinosa e tbm a de Descartes ), o valor do que há de mais curto e passageiro, o traiçoeiro brilho de ouro no ventre da serpente da vida.
ResponderExcluirK.M.
É PRECISO REUNIR-SE MUITA COISA PARA QUE SURJA UM AUTÊNTICO PENSAMENTO CIENTÍFICO ; E TODAS ESSAS FORÇAS NECESSÁRIAS TIVERAM QUE SER INVENTADAS, TREINADAS, CULTIVADAS INDIVIDUALMENTE. MAS EM SUA INDIVIDUALIZAÇÃO, FREQUENTEMENTE ELAS REVELARAM TER UM EFEITO BEM DIFERENTE DO QUE TEM HOJE, EM QUE, NO ÂMBITO DO PENSAMENTO CIENTÍFICO, ELAS SE RESTRINGEM MUTUAMENTE E SE MANTÉM CONTROLADAS : ----TIVERAM O EFEITO DE VENENOS, COMO POR EXEMPLO O IMPULSO DA DÚVIDA, DA NEGAÇÃO, DA ESPERA, DA REUNIÃO, DA DESAGREGAÇÃO. ANTES DE APRENDER A DOMINAR ESSES IMPULSOS, A HECATOMBE. DEPOIS, JUNTAS, COMO FUNÇÕES DE UMA SÓ FORÇA ORGANIZADORA EM UMA PESSOA. E ENTÃO CHEGAMOS PERTO DE DESCOBRIR QUE PARA O PENSAMENTO CIENTÍFICO TBM PRECISAMOS DAS FORÇAS ARTÍSTICAS E DA SABEDORIA PRÁTICA DA VIDA, QUE NELA SE FORMA UM SISTEMA ORGÂNICO SUPERIOR COM NOSSA FILOSOFIA.
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