terça-feira, 18 de abril de 2017

SCHUMPETER

A Primeira Guerra Mundial provou-se desastrosa para Áustria-Hungria, o maior império da Europa então. Derrotada, ela se desintegrou  em mais de meia -dúzia de territórios nacionais. A Áustria remanescente viu-se afligida por uma inflação em crescimento acelerado e diante da ruína industrial. Só havia uma esperança. O mais exímio economista da Terra, Schumpeter, então com 36 anos de idade, foi designado como Ministro das Finanças. Rapidamente ele tratou de adquirir um castelo , um plantel de cavalos e um número igual de amantes. O divórcio se seguiria um ano depois. Mas havia tbm muito trabalho a fazer. Ali estava, para Schumpeter, achance de aplicar seu vasto conhecimento teórico a uma economia nacional. Em meio a surpresa geral,  após pôr suas idéias em prática por apenas seis meses, Schumpeter renunciou . Perguntado por que, respondeu : ''Não tenho nenhum desejo de continuar sendo o Ministro das Finanças de um país falido ''.  Dirigir uma economia nacional era evidentemente coisa muito diverso de administrar um punhado de campos de arroz às margens do Nilo. Tendo demonstrado sua capacidade de levar uma economia nacional inteira à bancarrota, Schumpeter foi imediatamente nomeado presidente de um banco privado vienense. Poucosanosdepois o banco iriapelo mesmo caminho que aeconomia nacional. Schumpeter, que havia tomado emprestado ocultamente grandes somas de dinheiro para especular com ações de alto risco, viu-se enterrado em dívidas. Essa inépcia financeira no entanto não preocupou a Universidade de Bonn, que rapidamente nomeou professor de economia, permitindo assim à Schumpeter fugir do país. Como ele mesmo observaria insidiosamente : ''Todos nós preferimos um erro fulgurante à uma verdade trivial ''. Em Bonn, a autoridade fulgurante de seus pronunciamentos econômicos era tal que ele acabou sendo pescado por Harvard, que lhe ofereceu o melhor posto acadêmico de seu gênero no país.  Ali estava agora um homem na posição idealpara elucidar as altas e baixas da vida econômica. Quando Schumpeter escrevia sobre ciclos comerciais, o leitor sentia que ele sabia do que estava falando. Sua análise era inteiramente original em suas partes, mas no conjunto provava-se devastadoramente penetrante.  Schumpeter identificou três tipos diferentes de ciclos econômicos. O primeiro erao ciclo de Kitchin , batizado em homenagem ao empresário sul-africano da mineração. Esse ciclo ocorria a intervalos de mais ou menos 40 meses. Sua força motora era a  tentativa pelo comércio de calibrar vendas futuras.  As empresas estocavam em excesso para permanecer um passo à frente da elevação das vendas. À medidaque o crescimento se desacelerava, as empresas reduziam então severamente a produção para evitar serem deixadas com grandes quantidades de estoquesnão vendidos. Depois, quando o crescimento retornava, elas mais uma vez aumentavam a produção e o ciclo recomeçava. O segundo ciclo era conhecido como ciclo de Juglar, por causa do médico e teórico francês que identificara essa veia. Juglar veio o fluxo circular da vida econômica como muito semelhante ao fluxo  do sangue atravé s do corpo. O ciclo de Juglar durava entre nove e dezanos, e é considerado o mais importante. Até hoje, quando especialistas se referem à ''ciclo comercial '', é este que tem em mente. Ele começa quando  as empresas iniciam sua expansão, investindo capital na modernização de fábricas e em equipamentos. Isso dura entre quatro e cinco anos. Durante a segunda metade do ciclo não há maior expansão ou investimento, mas gradualmente a fábrica e o equipamento se desgastam. O ciclo recomeça quatro ou cinco anos depois,quando o maquinário começa a ser substituído.  O terceiro ciclo é o de Kondratieff, assim chamado por causado prodígio econômico russo que, aos 25 anos, tornou-se ministro da alimentação no breve governo liberal que Kerensky chefiou em 1917 entre aqueda do Czar e a Revolução. O ciclo de Kondratieff, que dura entre 50 e 60 anos, é causado pela introdução de novas invenções e inovações na tecnologia comercial. Nos períodos em que o crescimento é lento, as empresas não se dispõem a correr riscos introduzindo métodos não experimentados. Novas invenções e técnicas inovadoras sãoassim ignorados e tendem a se acumular por décadas. Com o início do crescimento econômico, porém , as empresas se tornam mais inovadoras, novas invenções são aplicadas, e um novo ciclo de Kondratieff  se inicia. Schumpeter retraçou a passagem do ciclo de Kondratieff pela economia européia durante os últimos dois séculos e meio. Um novo ciclo começara com os primórdios da Revolução Industrial no fim do século XVIII. Um outro ciclo de Kondratieff começara em meados do século XIX com o BOOM das ferrovias e depois deste ocorreu um novo ciclo no início do século XX com os automóveis e o uso da eletricidade e novas técnicas químicas...

K.M.

Um comentário:

  1. MUITOS ECONOMISTAS NEGAM A EXISTENCIA DO CICLO DE KONFRATIEFF. PAUL SAMUELSON CHAMAVA-O DE ''CONVERSA FIADA PITAGÓRICA'' ---- MAS O CICLO JUGLAR DE DEZ ANOS CONTINUA SENDO OBJETO DE MUITOS CÁLCULOS ECONOMICOS.

    K.M.

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